sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

aquário

me surpreenderam algumas mensagens que recebi pedindo pra que eu escrevesse sobre o signo de Aquário. quiçá esperasse isso dos primos leoninos, ou dos irmãos librianos, mas um aquariano pedindo pra ler sobre si? é quase uma contradição em termos, dadas as populações inteiras que vivem num só indivíduo deste signo.

entendo Aquário como o signo dos muitos povos que nos habitam e que coexistem em simultaneidade. dos muitos povos por vir. vejo como se Aquário pegasse a raiz da ancestralidade escorpiana, transformada em tradição por capricórnio e, virando-a de ponta cabeça, noves fora o futuro a transformasse numa antena. o que deve ser transmitido é transbordante pelo ar: o que no pensamento é suficientemente coletivo pra que seja nítido entre todos.

também associo Aquário a um fio de nylon. pra além da tecnologia envolvida, o nome "ny-lon" é uma aglutinação das iniciais das capitais de New York and London. Aquário é a força de um fio que pode ser estendido da Inglaterra aos Estados Unidos e não arrebentar. e toda a ideia é tecida no invisível, afinal Aquário não é bem um fio de nylon: Aquário é onde já não é preciso a matéria de um fio. pra que situar-se na matéria se com ela Capricórnio já envelheceu tudo com suas normas? no pensamento e nas consciências não existem fronteiras, e Aquário são consciências juntas sintonizando utopia e liberdade.

capazes de aglutinar as mais diversas facetas numa só personalidade, um só aquariano seria capaz de ser caçador de capivaras mas só comer alimentos veganos, ouvir black metal e ser Ogan iniciado filho de santo, um curioso colecionador de borboletas e alfinetes. Aquário é um signo que dá tanto em místicos objetivos como em físicos esquecidos, podendo ser ambos ao mesmo tempo. estes seres melancólicos e bem humorados, radicais e controladores, misturas que Saturno e Urano, que Aquário tem por regentes, compõem.

sendo um signo altamente mental, Aquário tende a certa aridez afetiva na compreensão das emoções. o espaço mental de um aquariano é amplo como um deserto, os lúcidos são luminosos, sempre cristalizando o conhecimento de algo. fortes presenças de Aquário podem se esquecer das tripas que também somos, como se pudessem se ausentar do coração amplo que reina em Leão, do intenso baixo ventre de Escorpião e da voz na garganta do desejo de Touro e partirem pra cima consolidando com conceitos do que é o livre, do que é o novo, aquarianos são teóricos. passam por questões dos signos fixos, certamente, que têm aprendizados nas diferenças entre a teimosia e a obstinação, a duração e a solidez, a conquista e a imposição.

Aquário vem antes da liberação total e compassiva pisciana, muitos aquarianos são controladores que deixam os outros fazerem o que quiser. agora, quando mais que isto, quando permitem a si mesmos, quando Aquário dá pra aceitar o ser único que é, é cada vida que daria um romance! e como se divertem mais em viver quando ligam nas suas tecnologias um botão de não-estou-nem-aí pra isso de ser ou não ser único. aí Aquário pode se desvencilhar do narcisismo do eixo que forma com Leão e de brinde ainda ganha por escapar deixar de se sentir incomodado na sua insegurança.

Aquário é onde o Sol tem seu exílio. conversando com pessoas com fortes presenças aquarianas sempre sinto que há algum lugar naquela pessoa que é de vidro. quebram-se muito mais facilmente do que deixam transparecer e suas elegâncias e levezas podem ocultar mais nervosismo do que aparentam. quando deixam autoritarismos e autoridades de lado, são sensibilíssimos em suas compreensões e leituras do mundo, articulam capitais imaginárias entre todos os povos, são requintados nas artes de nos relacionarmos uns com os outros.

costumo brincar com meus amigos aquarianos dizendo que Aquário é o único signo do qual eu não entendo e que eles são os únicos do zodíaco que ao ouvirem um comentário como este podem se sentir contentes, elogiados, bem interpretados.



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